Técnica Pomodoro

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Esses dias o Agamenon, meu diretor como vocês bem sabem, me chamou e disse: “Akilez, recebemos quase dois e-mails de pessoas interessadas em conhecer sobre a Técnica Pomodoro. Estão pedindo para você escrever um post sobre o assunto“.

Respondi-lhe, prontamente, que isso era trote: “deve ser minha mãe, fiel seguidora, me motivando a continuar firme com o projeto, Agá!“.

O fato é que, depois de muita luta (com direito a duelo de espadas e tudo mais), ele acabou me convencendo sobre a importância de falarmos sobre essa técnica aqui no blog. O problema é que, apesar de conhecê-la e respeitá-la, eu não a pratico. O que fazer então? Copiar qualquer coisa da Internet e dizer que entendo do assunto? Não, não! Esse, como já conhecem, não é o estilo do guerreiro Akilez!

A solução encontrada foi surrupiar todos os recursos financeiros do cofre do DVAP e utilizar esses suados R$ 2,50 para contratar (entenda-se: oferecer um pastel, sem queijo, e um caldo de cana) meu nobre amigo e concurseiro profissional João Paulo Galvani Júnior, vulgo Ulysses de Troia (a gente já batiza logo!), para que ele nos brindasse com seu vasto conhecimento. Além de ter sido aprovado em outros concursos do Poder Executivo e de TRTs, esse concurseiro profissional foi aprovado em 1° lugar no concurso realizado em 2012 para o Tribunal Superior do Trabalho (TST). Posso garantir a vocês que esse guerreiro troiano é um dos maiores praticantes da Técnica Pomodoro.

Chega de muita apresentação ou poderei perder todos os meus 3 leitores para o novato.

Espero que gostem do post!

Favor não elogiarem muito ele, hein? 🙂 Senão eu choro! 🙁

Concurseiras e concurseiros… com vocês… o Mago do Pomodoro, do GTD, das Metodologias Ágeis, o inoxidável Ulysses de Troia!!!

Akilez.


Primeiramente, quero agradecer ao Akilez a oportunidade de participar deste projeto! Tenho acompanhado de perto o seu trabalho e sinto-me lisonjeado em poder contribuir um pouco com todos vocês! Espero retribuir à altura do desafio e tentar compartilhar algo útil com os exigentes e sedentos leitores do DVAP!

Agora é hora de trabalhar, antes que desistam de me pagar o pastel de vento!

Vamos lá então…

Acredito que quase todo mundo já deve ter ouvido falar sobre a famosa Técnica Pomodoro, ou pelo menos já viu ou ouviu aquele timer em formato de tomate que a vovó usava ao fazer o almoço de domingo. A técnica foi criada na década de 1980 por Francesco Cirillo (juro que não encontrei a nacionalidade dele, mas acredito que ele seja italiano e que esteja atualmente morando em Berlim, na Alemanha).

O que sei é que se trata de uma filosofia que tem por objetivo manter o máximo de foco e criatividade, permitindo a seus usuários a conclusão de projetos de forma mais rápida e com menos fadiga mental — na essência, na teoria e na promessa, é claro.

O processo é bem simples. Para determinado projeto do seu dia, evolua suas tarefas em períodos curtos de tempo e faça, periodicamente, pequenas pausas. Ou seja, trabalhe durante 25 minutos e faça pausas de 5 minutos. Cada período de 25 minutos é chamado de “pomodoro“.

Após quatro “pomodoros” concluídos (100 minutos de trabalho, com 15 minutos de pausas) faça uma pausa maior — algo em torno de 15 a 25 minutos (a pausa sugerida originalmente pelo autor da técnica é de 20 a 30 minutos, mas pode variar de acordo com cada usuário).

É aconselhável controlar a evolução do trabalho com uma lista das tarefas executadas em cada pomodoro, marcando um “X” ao lado de cada tarefa concluída. É também o momento oportuno para observar se houve qualquer impulso em procrastinar ou mudar de foco durante os 25 minutos do pomodoro.

Funcionamento

Basicamente essa técnica funciona da seguinte maneira:

  • Escolha uma tarefa que gostaria de concluir: seja grande, pequena, ou algo que você vem adiando há muito tempo. Não importa o que seja. O importante é que seja algo que demande sua total e indivisível atenção. Escreva a tarefa em uma folha de papel (o Akilez vai me “demitir” ao ler essa palavra; ele é a pessoa mais “anti-papel” que eu conheço). Dica: caso a tarefa seja muito grande, divida-a em partes iguais, de maneira que cada parte concluída faça sentido. Por exemplo, uma tarefa de “arrumar o quarto” pode ser dividida em etapas como: a) organizar os calçados (tênis, chinelos, sapatos; sujos, limpos, para doar); b) organizar as gavetas (meias, cuecas, camisetas – regatas, esportivas, gola polo); c) organizar os cabides (camisas sociais, calças jeans, calças sociais, ternos, casacos). Não se preocupe se alguma tarefa durar mais ou menos que 25 minutos. Com a prática, as estimativas se tornarão cada vez mais precisas.
  • Defina seu “timer” para 25 minutos: comprometa-se consigo mesmo e foque na atividade: “Vou passar 25 minutos nesta tarefa e não permitirei que nada me interrompa“. Acredite, é possível! Afinal, são apenas 25 minutos.
  • Trabalhe na tarefa até que o “timer” toque: permita-se mergulhar na tarefa definida pelos próximos 25 minutos. Não se preocupe se vier à mente alguma lembrança ou pendência sobre qualquer outra coisa. Caso isso ocorra, apenas anote numa caderneta ou folha de papel e continue firme na tarefa. Dica: Lembre-se de separar um bloco de papel, caderneta ou mesmo um bloco de post-it de fácil acesso para anotações como essas. O importante é que o tempo de anotação seja o mais curto possível, reduzindo o “tempo perdido” durante o cumprimento da tarefa.
  • Ao toque do “timer“, marque um na folha de papel contendo a tarefa: parabéns, você acaba de executar um completo e ininterrupto pomodoro em uma tarefa! Viu como é fácil?
  • Faça um pequeno intervalo: beba um copo d’água, respire, alongue-se, faça uma pequena caminhada, leia os posts do DVAP (curtiu a propaganda, hein Akilez?). Enfim, distraia-se com algo não relacionado ao trabalho ou à tarefa. Seu cérebro te agradecerá no futuro. Dica: se preferir, defina “brindes” para si a cada pomodoro concluído. Pode ser um chocolate, um café, um cochilo. Isso potencializa a sensação de dever cumprido a cada etapa. Os praticantes da técnica costumam sugerir pausas de 5 minutos, no mínimo.
  • A cada 4 pomodoros, faça um intervalo longo: completados quatro pomodoros — o que equivale a 2 horas (25 minutos de cada pomodoro + 5 minutos de cada intervalo) —, permita-se usufruir de um período maior de intervalo. Algo entre 20 e 30 minutos. Isso permite que o nosso cérebro assimile da melhor forma possível as informações trabalhadas e descanse antes da execução das próximas rodadas de pomodoros.

Benefícios (diretos / indiretos)

A prática dessa técnica poderá trazer os seguintes benefícios:

  • Ajuda a reduzir e/ou eliminar interrupções: naturalmente podemos nos dar ao luxo de aguardar 25 minutos antes de retornar a ligação de um amigo ou responder um e-mail. É possível aprendermos a lidar com interrupções até então “inevitáveis” enquanto nos mantivermos concentrados em determinada tarefa.
  • Melhora a estimativa de esforço de atividades: uma vez compreendida e dominada a Técnica Pomodoro, é possível prever precisamente quantos pomodoros serão necessários para concluir determinadas tarefas.
  • Sistema adaptável: não há limites quanto à aplicação dessa técnica. Ela é extremamente adaptável a diversos tipos de trabalho, seja no âmbito pessoal, profissional ou estudantil — inclusive concursos públicos..

Ame-a ou Odeie-a

Como ocorre com outras técnicas, há aqueles que amam e outros que odeiam a Técnica Pomodoro (ou simplesmente não tenham se adaptado a ela). Todavia, é importante ressaltar que cada técnica depende, em grande parte, da maneira como ela é recebida e utilizada por cada um. É quase como se fosse necessário “simpatizarmos” com a técnica para que ela surta o efeito desejado, ou seja, o resultado depende da expectativa depositada. Como diria o guerreiro Akilez: “não existe técnica certa ou errada, o que importa é saber se ela funciona ou não para você“. Agora uma coisa é certa: só saberemos se algo funciona ou não se estivermos realmente dispostos a tentar, testar, brincar, errar, fuçar, etc.

Observações Importantes

Considerando que a Técnica Pomodoro tem seu foco em como realizar tarefas e não em organizá-las, é altamente recomendado utilizar outros métodos e/ou sistemas, como por exemplo o GTD (Get Things Done). É possível, ainda, utilizar o conceito de Kaizen, cuja ênfase está na implementação de pequenas e contínuas melhorias, seja na divisão do tempo, na programação das tarefas ou até mesmo nas eventuais recompensas.

Aproveito pare registrar que na elaboração deste post foram necessários cerca de 3 rodadas de pomodoros (1 rodada = 4 pomodoros), ou seja, 12 “pomodoros“.

Links

A Técnica Pomodoro pode ser praticada com o uso de despertador, cronômetro ou similar. Existem, todavia, aplicativos próprios que podemos utilizar para praticá-la. Listo, abaixo, alguns exemplos:

  • Pomodairo (Windows): aplicativo muito simples, com algumas personalizações. Interface minimalista e bem objetiva. (Requer a instalação do Adobe AIR Runtime)
  • Pomodroido (Android): pode ser personalizado com toques do Smartphone, inclusive usar o famoso “tic-tac” da versão real.
  • Pomodoro One (Mac): ferramenta simples que permite customizar tarefas, pausas e acompanhar o histórico.

Conclusão

A Técnica Pomodoro não é apenas uma prática maneira de concluir tarefas. É um método para otimizar o aproveitamento do tempo disponível, ou seja, tornar o usufruto do tempo mais rico e proveitoso (eficiente e eficaz).

Agradeço ao Akilez pelo convite e pela oportunidade de ser o primeiro convidado a escrever no DVAP! É realmente uma grande honra para mim estar aqui com vocês! Espero que este post tenha ajudado alguém a otimizar o seu tempo de estudo. Sabemos que a vida do concurseiro é muito corrida e precisamos aproveitar o nosso tempo da melhor forma possível!

Bons estudos e até outra oportunidade!

Ulysses Troiano.